6 de mai. de 2016

Parnaso Além Túmulo - A Confirmação da Vida Após a Morte Através de Grandes Poetas


Capa Parnaso de Além Túmulo
Por Natan Castro

Francisco Cândido Xavier foi um médium brasileiro natural do município de Pedro Leopoldo em Minas Gerais. Reconhecidamente o maior expoente do espiritismo do Brasil e um dos maiores do mundo ao lado do codificador da doutrina espirita Allan Kardec. Chico Xavier desde cedo mostrou ser detentor de uma mediunidade extremamente acentuada, mediunidade essa que se espalhava por diversos campos, clarividência e a psicografia eram as principais, com essa última ficou conhecido no país inteiro, através das cartas psicografadas ajudou a reduzir o sofrimento de diversas famílias que perderam seus entes queridos.

Quando tinha 17 anos Chico Xavier começou a receber visita de um espirito de um grande poeta paraibano considerado por muitos um dos maiores poetas do Brasil de todos os tempos. O poeta era Augusto dos Anjos, segundo Chico Xavier o poeta pedia ao médium a permissão para escrever através de sua mediunidade poemas, aos poucos outros espíritos poetas foram aparecendo dentre eles havia ainda o poeta simbolista Cruz e Sousa, o poeta romântico baiano Castro Alves dentre outros grandes poetas. Ao final se contava mais de 60 poetas com seus poemas todos escritos através da sensitividade de Chico Xavier, desses poetas havia também poetas portugueses.

O nome do livro escolhido para essa coletânea de poemas foi Parnaso Além Túmulo, logo após do lançamento a publicação causou em muitos um assombro com a beleza dos poemas e em outros criticas ferozes, muitas delas envolvidas de fortes insultos, citando a figura de Chico Xavier como um mero falsário. Desses problemas por conta do lançamento desse primeiro livro psicografado de Chico Xavier, talvez o maior dele tenha sido o processo imputado pela família do literato maranhense Humberto de Campos, depois de um período bastante pesado em face desse processo judicial, a mãe do escritor solicitou a família que retirasse o processo contra o médium, citando ela estar certa que os poemas eram de fato de se inspiração de Humberto de Campos seu filho.

Na Academia Brasileira de Letras foram diversos os debates sobre a origem da titularidade dos poemas, duas correntes citavam com mesma veemência a fraude e a magnificência original dos poemas advindos dos grandes poetas já falecidos. Um fato muito curioso sobre esse primeiro livro do médium foi a tentativa por parte de dois grandes repórteres da extinta Revista Cruzeiro que foram procurar Chico Xavier para uma entrevista, ao chegarem se apresentaram como jornalistas americanos com o intuito de realizar uma matéria para um suplemento jornalístico americano, a entrevista foi dada a eles e ao final Chico Xavier os presenteou com um exemplar do livro. Quando os dois retornaram da viagem a Minas Gerais, um deles liga para o outro e pergunta se ele havia lido a dedicatória do livro feita por Chico Xavier, após verificar assim como o amigo havia feito, observou para seu assombro que a dedicatória colocada pelo médium fazia referência a seus nomes reais e não aos nomes americanos que os dois haviam se apresentado a Chico Xavier. Dizem os biógrafos de Chico que a dedicatória com os nomes reais teria sido repassada pelo mentor espiritual de Chico Xavier o espirito Emmanuel, a vida de Chico é recheada de passagens miraculosas como essa.

 NA IMENSIDADE
(Augusto dos Anjos)

Alma humana, alma humana, tu que dormes
Entre os grandes colossos desconformes
Da carne, essa voraz liberticida,
Desse teu escafandro de albuminas,
Em tua mesquinhez não imaginas
A intensidade esplêndida da Vida!
Inda não vês e eu vejo panoramas
De luz em gigantescos amalgamas
De sóis, nas regiões imensuráveis,
Auscultando os espaços mais profundos
Na sinfonia harmônica dos mundos,
Singrando a luz de céus incomparáveis.
Do teu laboratório de arterites,
De gangliomas, úlceras, nevrites
Ao lado de humaníssimas vaidades,
Não podes perceber as ressonâncias,
Quinta-essências de todas as substâncias
Na fluidez das eletricidades.
Aqui não há vertigens de nevróticos,
Nem bisonhos aspectos de cloróticos
Nas estradas de eternos otimismos!
A vida imensa é coro de grandezas,
Submersão nas fluídicas belezas,
Envergando os etéreos organismos.
Ante a minhalma fulgem ideogramas,
Pensamentos radiosos como chamas,
Combinações no mundo das imagens;
São vibrações das almas evolvidas
E que, concretizadas e reunidas,
Formam luminosíssimas paisagens...
Em pleno espaço – Imensidade de ânsias,
Sem aritmologias das distâncias,
Sem limites, sem número, sem fim.
Deus e Pai, ó Artista Inimitável,
Deixai meu ser esdrúxulo, execrável,
No prolongado e edênico festim!

6 comentários:

  1. Só uma pessoa obtusa e cega mental e espiritualmente pra duvidar de fenômenos paranormais e inexplicáveis, até mesmo do nosso cotidiano mais prosaico e banal. E seres sensitivos tipo Chico Xavier são mesmos raros, e cada vez mais. Charlatões se encontra às dúzias por aí. Belo trabalho, Natan, leva à reflexão, uma coisa totalmente fora de moda. Pensar?, pra quê? O diabo pensa por nós...

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