Capa Parnaso de Além Túmulo |
Por Natan Castro
Francisco Cândido
Xavier foi um médium brasileiro natural do município de Pedro Leopoldo em Minas
Gerais. Reconhecidamente o maior expoente do espiritismo do Brasil e um dos
maiores do mundo ao lado do codificador da doutrina espirita Allan Kardec.
Chico Xavier desde cedo mostrou ser detentor de uma mediunidade extremamente
acentuada, mediunidade essa que se espalhava por diversos campos, clarividência
e a psicografia eram as principais, com essa última ficou conhecido no país
inteiro, através das cartas psicografadas ajudou a reduzir o sofrimento de
diversas famílias que perderam seus entes queridos.
Quando tinha 17
anos Chico Xavier começou a receber visita de um espirito de um grande poeta
paraibano considerado por muitos um dos maiores poetas do Brasil de todos os
tempos. O poeta era Augusto dos Anjos, segundo Chico Xavier o poeta pedia ao médium
a permissão para escrever através de sua mediunidade poemas, aos poucos outros espíritos
poetas foram aparecendo dentre eles havia ainda o poeta simbolista Cruz e
Sousa, o poeta romântico baiano Castro Alves dentre outros grandes poetas. Ao
final se contava mais de 60 poetas com seus poemas todos escritos através da
sensitividade de Chico Xavier, desses poetas havia também poetas portugueses.
O nome do livro
escolhido para essa coletânea de poemas foi Parnaso Além Túmulo, logo após do lançamento a publicação
causou em muitos um assombro com a beleza dos poemas e em outros criticas
ferozes, muitas delas envolvidas de fortes insultos, citando a figura de Chico
Xavier como um mero falsário. Desses problemas por conta do lançamento desse primeiro
livro psicografado de Chico Xavier, talvez o maior dele tenha sido o processo
imputado pela família do literato maranhense Humberto de Campos, depois de um período
bastante pesado em face desse processo judicial, a mãe do escritor solicitou a família
que retirasse o processo contra o médium, citando ela estar certa que os poemas
eram de fato de se inspiração de Humberto de Campos seu filho.
Na Academia
Brasileira de Letras foram diversos os debates sobre a origem da titularidade
dos poemas, duas correntes citavam com mesma veemência a fraude e a magnificência
original dos poemas advindos dos grandes poetas já falecidos. Um fato muito
curioso sobre esse primeiro livro do médium foi a tentativa por parte de dois
grandes repórteres da extinta Revista Cruzeiro que foram procurar Chico Xavier
para uma entrevista, ao chegarem se apresentaram como jornalistas americanos
com o intuito de realizar uma matéria para um suplemento jornalístico americano,
a entrevista foi dada a eles e ao final Chico Xavier os presenteou com um
exemplar do livro. Quando os dois retornaram da viagem a Minas Gerais, um deles
liga para o outro e pergunta se ele havia lido a dedicatória do livro feita por
Chico Xavier, após verificar assim como o amigo havia feito, observou para seu
assombro que a dedicatória colocada pelo médium fazia referência a seus nomes
reais e não aos nomes americanos que os dois haviam se apresentado a Chico
Xavier. Dizem os biógrafos de Chico que a dedicatória com os nomes reais teria
sido repassada pelo mentor espiritual de Chico Xavier o espirito Emmanuel, a
vida de Chico é recheada de passagens miraculosas como essa.
NA IMENSIDADE
(Augusto dos Anjos)
Alma humana, alma
humana, tu que dormes
Entre os grandes
colossos desconformes
Da carne, essa
voraz liberticida,
Desse teu
escafandro de albuminas,
Em tua mesquinhez
não imaginas
A intensidade
esplêndida da Vida!
Inda não vês e eu
vejo panoramas
De luz em
gigantescos amalgamas
De sóis, nas
regiões imensuráveis,
Auscultando os
espaços mais profundos
Na sinfonia
harmônica dos mundos,
Singrando a luz
de céus incomparáveis.
Do teu
laboratório de arterites,
De gangliomas,
úlceras, nevrites
Ao lado de humaníssimas
vaidades,
Não podes
perceber as ressonâncias,
Quinta-essências
de todas as substâncias
Na fluidez das
eletricidades.
Aqui não há
vertigens de nevróticos,
Nem bisonhos
aspectos de cloróticos
Nas estradas de
eternos otimismos!
A vida imensa é
coro de grandezas,
Submersão nas
fluídicas belezas,
Envergando os
etéreos organismos.
Ante a minhalma
fulgem ideogramas,
Pensamentos
radiosos como chamas,
Combinações no
mundo das imagens;
São vibrações das
almas evolvidas
E que,
concretizadas e reunidas,
Formam
luminosíssimas paisagens...
Em pleno espaço –
Imensidade de ânsias,
Sem aritmologias
das distâncias,
Sem limites, sem
número, sem fim.
Deus e Pai, ó
Artista Inimitável,
Deixai meu ser
esdrúxulo, execrável,
No prolongado e
edênico festim!
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ResponderExcluirSó uma pessoa obtusa e cega mental e espiritualmente pra duvidar de fenômenos paranormais e inexplicáveis, até mesmo do nosso cotidiano mais prosaico e banal. E seres sensitivos tipo Chico Xavier são mesmos raros, e cada vez mais. Charlatões se encontra às dúzias por aí. Belo trabalho, Natan, leva à reflexão, uma coisa totalmente fora de moda. Pensar?, pra quê? O diabo pensa por nós...
ResponderExcluirValeu poeta!!
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