18 de dez. de 2015

No Maranhão música é artigo de ocasião




Daqui a pouco estaremos em 2016. É inicio de ano novo, esse período é sempre um momento angustioso para uma parcela da classe de artística dessa nossa sofrida terra. Mas qual seria o motivo? Quais as razões de tanta apreensão? Bem, para os menos informados, precisamos esclarecer antes de qualquer coisa, que o Estado do Maranhão, há décadas não possui políticas culturais contundentes, igual àquelas feitas visando uma real estruturação cultural de longo prazo. A cada novo governo o que vemos é uma imensa falta de respeito com nossas raízes artistas e culturais. Raízes essas legítimas pelo seu cunho histórico, temos revelado por anos artistas de qualidade impares para o Brasil, nos diversos gêneros culturais, seria redundante citar aqui nomes que são de conhecimento de todos.

Essa perfeita indigência cultural vem se arrastando e se perpetuando inclusive por conta da postura errônea de diversos personagens da nossa música. Através dos anos foi visível a percepção de que diversos nomes importantes do cenário musical do Maranhão, aos poucos foram aderindo a política do Panis Et Circense que a família Sarney implantou e jocosamente sempre repetia ano a ano. Essa prática execrável de se fazer patrocinar pela politicalha visando benesses financeiras e oportunistas acabou criando uma tradição maldita não há dúvidas, quando o que se viu com o passar dos anos foi o surgimento de novos nomes logo cedo sendo carregados e incentivados a fazer parte dessa verdadeira traição a verdade artística. Artista engajado e ciente da sua missão como ser político e cultural, jamais vende seu trabalho a interesses repugnantes das elites politicas.


As exceções são raras quanto a essa forma de pensar musica no Estado do Maranhão. Portanto para parte desses cantores e cantoras, músicos e musicistas, a nossa música está relegada infelizmente a essas praticas ocasionais de divulgação. Pois ao que nos parece só se é artista musical no Estado do Maranhão em três períodos do ano. A primeira é no período carnavalesco, a segunda seria nas festas juninas e em alguns poucos casos no final do ano, por conta de algumas apresentações voltadas para o período natalino. Fora isso as aparições desses "pseudo artistas musicais" são bastante esporádicas e quase inexistentes no restante dos outros meses. É triste afirmar isso, mas nosso Estado está cheio de artistas musicais de ocasião, são poucos os que pensam diferente, a grande maioria assim o está, e assim continuará. 

Natanael Castro, Editor

3 comentários:

  1. Boa, Natanael, a verdade dói e incomoda, mas vá em frente com sua crítica veraz e contundente.

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  2. Boa, Natanael, a verdade dói e incomoda, mas vá em frente com sua crítica veraz e contundente.

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  3. A verdade é triste demais em nossa terra.

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