27 de jan. de 2016

CASAS GRANDES E SENZALAS, RUIDOSAS HABITAÇÕES

Se você quiser conhecer o Brasil, através da antropologia social escrita a partir dos anos sessenta até hoje, vai ficar boiando mais que os coliformes fecais na baía da Guanabara pré-olímpica. Isto porque os cientistas sociais (há exceções, poucas!), doutores saídos da fábrica USP e outras, escrevem seus livros e teses com um olho em Marx e outro nos cadáveres ambulantes de motos-vivos da América Latina, como Fidel, Chaves e sabe-se lá quem mais. Sim, o Lula, um ladrãozinho pé-de-chinelo, é incensado como grande líder.

Por isso é interessante conhecer o Brasil pelo começo e lendo quem sabe das coisas e não está eivado de ideologias, mas de fatos, acontecimentos, a vida doméstica e diária de um povo e de uma nação. Na mosca, quem pensou em Casa Grande e Senzala, de Gilberto Freyre, o mestre, este sim, com todas as honras.

Capa do Livro
“Para a formidável tarefa de colonizar uma extensão como o Brasil, teve Portugal de valer-se no século XVI do resto de homens que lhe deixara a aventura da Índia. E não seria com esse sobejo de gente, quase toda miúda, em grande parte plebéia e, além do mais, moçárabe, isto é, com a consciência de raça ainda mais fraca que nos portugueses fidalgos ou nos do Norte, que se estabeleceria na América um domínio português exclusivamente branco ou rigorosamente europeu. A transigência com o elemento nativo se impunha à política colonial portuguesa: as circunstâncias facilitaram-na. A luxúria dos indivíduos, soltos sem família, no meio da indiada nua, vinha servir a poderosas razões de Estado no sentido de rápido povoamento mestiço da nova terra. E o certo é que sobre a mulher gentia fundou-se e desenvolveu-se através dos séculos XVI e XVII o grosso da sociedade colonial, num largo e profundo mestiçamento, que a interferência dos padres da Companhia salvou de resolver-se todo em libertinagem para em grande parte regularizar-se em casamento cristão” (Gilberto Freyre in Casa Grande e Senzala).

Por isso, nossa dica de hoje é a leitura desta obra máxima do conhecimento da nossa história, como se desenha na Casa Grande e Senzala, ainda hoje presente no nosso meio, usando disfarces, a gente dos palácios (inclusive da esquerda) e a gente do meio da rua, a gente debaixo de pontes e viadutos, os desvalidos que perambulam pelas grandes cidades drogados e embrutecidos, num país do terceiro mundo, com governos ditos socialistas, mas na verdade populistas e corruptos. Seus governantes são os da Casa Grande. Nosotros somos os da Senzala, aplaudindo os senhores que nos roubam e nos escravizam.

A bênção, Gilberto Freyre!

Raimundo Fontenele

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