12 de mar. de 2016

BALNEÁRIO CAMBORIÚ, CENSO DO IBGE 1980 (4)



Resumo: Eu estava residindo em Camboriú, trabalhando no Censo, com um livro de poesias publicado naquele ano chamado Presença, e a fim de aproveitar a visita de casa em casa para vender alguns exemplares. Mas fui mandado pra periferia, onde não havia grana nem interesse pela leitura, tão ligados?  Segue o barco...
Aí já estava próximo de finalizar minhas visitas quando pintou um lance. Numa das visitas por amostragem de um Supervisor, ele descobriu a falha de um recenseador. O cara deixava de visitar residências onde não encontrara ninguém e não voltava lá. Simplesmente preenchia números fictícios nos formulários do IBGE. Como eu estava com o trabalho mais avançado que a maioria dos recenseadores, o Supervisor perguntou se eu topava fazer o serviço daquele que havia sido relapso e perdido a vaga. Falei que sim, todo animado, afinal iria ganhar o dobro, era no centro de Camboriú, nas Avenidas Central e Brasil, onde eu poderia também tentar vender meu livreco de poemas, já que por ali os moradores eram cheios de grana.
Fiquei à vontade para fazer o censo conforme quisesse. Poderia terminar o meu e depois fazer o do cara que havia sido desligado, e também alternar os dois ao mesmo tempo. Um dia fazia no Centro e no outro ia para a periferia. E assim fiz.

Ainda bem que nos anos oitenta a violência nem chegava aos pés do que é hoje. Pois eu visitava lugares ermos, na divisa com o antigo município de Camboriú, na beira do rio, lugares onde havia uma casinha aqui e andava-se um dois ou mais quilômetros para encontrar outra residência. Hoje isso não seria mais possível. Os caminhos estão cheios de bandidos nos tocaiando por aí. No próximo episódio, meu encontro com a italiana avarenta quando a gente quase se pega no tapa (continua).

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