Resumo: Eu estava residindo em
Camboriú, trabalhando no Censo, com um livro de poesias publicado naquele ano
chamado Presença, e a fim de
aproveitar a visita de casa em casa para vender alguns exemplares. Mas fui
mandado pra periferia, onde não havia grana nem interesse pela leitura, tão
ligados? Segue o barco...
Aí já estava próximo de finalizar
minhas visitas quando pintou um lance. Numa das visitas por amostragem de um
Supervisor, ele descobriu a falha de um recenseador. O cara deixava de visitar
residências onde não encontrara ninguém e não voltava lá. Simplesmente
preenchia números fictícios nos formulários do IBGE. Como eu estava com o
trabalho mais avançado que a maioria dos recenseadores, o Supervisor perguntou
se eu topava fazer o serviço daquele que havia sido relapso e perdido a vaga.
Falei que sim, todo animado, afinal iria ganhar o dobro, era no centro de
Camboriú, nas Avenidas Central e Brasil, onde eu poderia também tentar vender
meu livreco de poemas, já que por ali os moradores eram cheios de grana.
Fiquei à vontade para fazer o
censo conforme quisesse. Poderia terminar o meu e depois fazer o do cara que
havia sido desligado, e também alternar os dois ao mesmo tempo. Um dia fazia no
Centro e no outro ia para a periferia. E assim fiz.
Ainda bem que nos anos oitenta a
violência nem chegava aos pés do que é hoje. Pois eu visitava lugares ermos, na
divisa com o antigo município de Camboriú, na beira do rio, lugares onde havia
uma casinha aqui e andava-se um dois ou mais quilômetros para encontrar outra
residência. Hoje isso não seria mais possível. Os caminhos estão cheios de
bandidos nos tocaiando por aí. No próximo episódio, meu encontro com a italiana
avarenta quando a gente quase se pega no tapa (continua).
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