1 de abr. de 2016

“ORA (DIREIS) OUVIR MINISTROS!”, PERDEMOS O SENSO?


Tenho que ser respeitoso, mas não posso ser omisso. Afinal, como cidadão e contribuinte também ajudo a pagar o salário de agentes e servidores públicos, inclusive os altos salários e demais mordomias dos Senhores Ministros do Supremo Tribunal Federal.  São homens como eu, claro, mas investidos numa função relevante. Não são deuses do Olimpo. Não possuem o dom da infalibilidade. E estão, como eu, sujeitos às fraquezas da carne e tibiez do espírito.
Portanto, não podem, em nome apenas da pompa (grandiosa) e das circunstâncias (transversas), servirem a dois senhores. Ou servem à Justiça ou servem às Autoridades. Ou se atêm à letra fria da lei ou se deixam levar pelo calor do sangue.  
O ex-presidente Lula é um cidadão comum. Digo mais: aliás, queiram ou não Vossas Meritíssimas, é um reles cidadão comum, que enriqueceu a si e aos filhos, e a familiares, e amigos, ilicitamente, com o dinheiro público, com o nosso, o vosso e o meu dinheiro. A nossas cultura é que é a da ignorância, da subserviência, de achar que quem alcançou um poder, seja ele o cargo de Prefeito, Governador, Presidente, após o cumprimento do seu mandato, não pode mais voltar para uma vida simples, honrada, digna. Tem que continuar usando as benesses, a mordomia de um cargo que já nem exerce mais, mesmo que isso signifique desviar-se da retidão e enveredar pelos caminhos tortuosos do suborno, propina, ou intermediação de negócios escusos que lesam os cofres da pátria e abastardam os serviços públicos.
Vêde a situação do sujeito em questão, o Sr. Lula da Silva. Continua a andar de jatinho para onde e quando quer; por conta das acusações que lhe pesam nos Juízos e Tribunais tem que pagar uma banca de cerca de 20 e tantos advogados dos mais caros deste país, tudo isto à luz do dia, diante da nossa cara, debochando acintosamente de todos nós, e chamando Vossas Meritíssimas Pessoas de covardes. E dais acolhida aos seus pleitos, inclusive feitos pelo Advogado Geral da União, que deve servir ao Estado, à República e não ao PT e ao Sr. Lula da Silva. Tanto é assim que o processo contra ele está mantido aí nessa Suprema Corte e não onde devia estar: com o Juiz Sérgio Moro.
Lembro que há muito anos, lendo a conhecidíssima e admirada obra O Profeta, de Gibran Kalil Gibran, fiquei bastante impressionado quando um estudante de direito pede ao Profeta: “fale-nos das leis”, e ele responde: “Os advogados são os primeiros a fazerem as leis, mas são também os primeiros a violá-las”. Longe de mim querer insinuar tal coisa a respeito de tão honrados componentes da nossa mais alta Corte Judicial. Mas também não sou um bobo da corte pra não ver que a justiça praticada pelos homens nem sempre caminha em linha reta.
Até pelo fato destas leis serem feitas por estes homens são cheias de veredas, becos, atalhos, vielas, poderíamos dizer “estradas de perdição”. Assim, não entra na compreensão de nenhum de nós, homens do povo, pessoas simples, sem tantos doutorados e PHDs, mas que temos algumas virtudes que nascem conosco, por exemplo,  a inteligência e a intuição, que não deviam permitir que, por um minuto sequer, haja vacilação quanto a uma certeza: o processo, a investigação contra o sr. Lula não pode permanecer um minuto fora da alçada do Juiz Sergio Moro.
E nós também aprovamos a conduta do Juiz Sérgio Moro ao publicizar o conteúdo das conversas, nem um pouco republicanas, desse boquirroto Lula em diálogos sujos e mal cheirosos, seja com a Presidente da República ou seus Ministros, pois não se trata de nada que comprometa a segurança nacional como avocou de forma canhestra o Ministro Teori, as conversas também não são particulares, íntimas, não e não; tratam de cargos públicos, do dinheiro público, da administração pública, e atentam, sim, contra a segurança, não do país e nem da senhora Presidente e seus Ministros (quase dizia asseclas já que muitos são também investigados), mas contra a nossa segurança, que devido o desastre deste governo, não a temos literalmente, nem a segurança de possuirmos saúde, emprego, educação, e estabilidade monetária e econômica.
Enfim, pelo menos entre 70 a 80%, fosse feita uma enquete com a nossa população, certamente votaria Juiz Sérgio Moro 1 X 0 STF. E o jogo está apenas começando.

Raimundo Fontenele

            Escritor

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