Por Natan Castro
Verdade Tropical a espécie de livro
autobiográfico lançado por Caetano Veloso em 1997 aos 55 anos só veio a baila
por conta da insistência de um jornalista e amigo americano. A ideia segundo o
cantor era contar a história do movimento tropicalista, algo que com o passar
tempo se expandiu para algo mais abrangente. De fato o livro tem sim a
Tropicália de Gil e Caetano como fio condutor, mas os mergulhos na memória do
artista que foram registrados no livro citam momentos anteriores ao movimento e
claro cita fatos de depois da deflagração do mesmo.
Caetano resgata momentos ímpares em sua
formação como a escolha do nome da irmã cantora Maria Bethânia, a emoção de
assistir no cinema La Strada de
Fellini na adolescência, durante os relatos no decorrer das cerca de 500 páginas
do livro, percebemos como a vida do artista se confunde com a própria musica
popular do Brasil dos anos cinquenta para a frente. Discípulo do genial
violonista João Gilberto o artista tenta demonstrar através da sua ótica o
quanto foi importante o surgimento da Bossa Nova e como a mesma de certa forma
os ajudou a chegar ao conceito estético cultural da Tropicália.
Todo o período inicial do movimento desde as
batalhas nos festivais até a prisão e o exílio em Londres, nada passa sem ser
contado pelo cantor com riquezas de detalhes, em Verdade Tropical estão citados
os nomes dos maiores personagens da música, cinema, literatura e politica do
Brasil a partir da segunda metade do século XX. O livro é sem dúvidas uma
importante enciclopédia de informações artísticas do Brasil moderno, tudo contado
através da visão de um dos maiores nomes da música brasileira de todos os
tempos.
O
Autor: É
Maranhense de São Luís, pesquisador de diversos assuntos, dentre eles a influência
da arte nas engrenagens da história, além de contista às avessas, compositor aposentado
e blogueiro. No momento pesquisa sobre a música cósmica dos astros e sua possível influência nos seres humanos.
Deizão
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