22 de jun. de 2016

A ESQUISITA FOBIA DE SER MARANHENSE



Por Natan Castro

Não é exagero nenhum dizer que o povo maranhense sofre de uma profunda crise de identidade. Iniciamos com essa afirmação para aprofundar o assunto na seara da arte e da cultura, nessa parte que nos toca sensivelmente o problema é muito mais acentuado. O passado literário do estado, recheado de glórias com autores de extrema relevância nas letras nacionais. Tudo isso com o passar dos anos virou frágeis lembranças na mente de muitos maranhenses, vindo a virar coisa de historiador, pesquisadores aposentados, professores saudosistas. Com a sucessão dos mandatários na gestão estadual a problemática da indigência cultural tem se acentuado, nos legando problemas seríssimos, a falta de renovação da tradição com politicas que visam somente o perfeito encarceramento artístico dos entes culturais.

Na atualidade essas informações passadas são capazes de deixar qualquer adolescente maranhense, seja ele estudante do ensino médio e outros sem entender praticamente nada. Nas escolas, universidades e entes educacionais, falam-se de tudo menos de nossos heróis do passado, figuras fundamentais como Manuel Beckman, Apolonia Pinto, O matemático Souzinha, Sousândrade, Canhoteiro, Turibio Santos, só para citar alguns, são personas que inexistem nas cabeças de nossos jovens. No campo da música o Estado do Maranhão, nas ultimas décadas vem sendo invadido não só pela música de outros estados bem como em alguns casos por suas culturas. Nos últimos anos o forró de Fortaleza, depois o funk carioca, o axé baiano, recentemente o tecnobrega e o sertanejo universitário. Com as nossas fronteiras sendo invadidas por todos os flancos pelo imaginário de fora, o processo de desintegração de nossos valores culturais produziu essa falta de identidade que nos deparamos hoje. Tal recrudescimento causa no inconsciente coletivo do nosso povo uma ridícula fobia de se afirmar maranhense. As alarmantes noticias vinculadas em âmbito nacional ajudaram em muito a acentuar o problema. Precisamos urgentemente debater a problemática desse rompimento com as verdades de nossas raízes, com multa de num futuro muito próximo, passarmos pela perda total de nosso passado, causando o inicio da perda completa de nossa maranhensidade.

2 comentários:

  1. Cara, conheci pessoalmente essa lenda do violão erudito Turíbio Santos. Cheguei à noitinha para ser interno no Seminário Santo Antônio. Ficamos hospedados na casa do senhor Tezinho, amigo de meu pai desde Colinas, de onde eram naturais. Na rua 7 de Setembro, mais lá baixo depois da igreja de São João; e lá estavam 2 filhos do senhor Tezinho, de profissão alfaiate, mas agora tinha uma pensão aí em São Luís onde se hospedavam os amigos e conhecidos do interior. Um chamava-se Aurélio e o outro tchan tchan tchan Turíbio Santos, já residindo no Rio onde estudava música e passava férias com os pais. Fevereiro do ano da graça de 1962.

    ResponderExcluir
  2. Grandessíssimo violonista... boa poeta!

    ResponderExcluir