13 de nov. de 2018

PEQUENO DICIONÁRIO DE MULHERES


         Voltamos com o nosso FOLHETIM DA SEMANA do nosso blog  LITERATURA LIMITE (acesse-o no link www.literaturalimite.blogspot.com.br), voltado para assuntos da atualidade sem deixar de lado uma pitada de bom humor, ironia, sarcasmo e uma boa dose de literatura.

GOZADAS DO FONTECA

    EU VIVI PRA VER ISSO?
Univ. Federal do PR - tráfico de drogas e sexo na escadaria
          Pode não ter relevância pra ninguém. Tô nem aí. Importante é que vivi pra ver isso. O PT ajoelhado e de bunda de fora. Mesmo que não perca arrogância, a relevância, a élégance.
         A Arrogância: grande parte do núcleo duro do PT é oriundo daqueles movimentos pré e pós 64, e a gente pode citar Zé Dirceu, Pimentel, Genuíno, Dilma e muitos outros que encontraram em Lula, a liderança operária que juntaria, na visão deles, a classe média e a classe operária, num projeto de poder comuno-sindicalista, que iria levá-los ao paraíso. E isso aconteceu. E arrogância virou soberba. E juntou mais gente: a Gleisi, o Lindenberg (argh!), chega...
         A Relevância. Lula no poder enganou até o Diabo. Estabilidade econômica, inflação sob controle, meteu os pés pelo dedo que falta. Política social que incluiu bolsas: família, ditadura, presidiário, índio, e cotas pra tudo. E dinheiro distribuído a rodo para banqueiros, empresários, sindicatos e ONGs. Muitas ONgs. E pras ditaduras cubana, venezuelana, e africanas, e dinheiro pra enriquecer filhos e amigos. E laranjas às pencas. Só na mão de laranjas nos paraísos fiscais são mais de, pasmem!, 50 BILHÕES DE DÓLARES. EU DISSE 50 BILHÕES. CONVERTAM PRA REAL E CAIAM DE COSTAS!  A derrocada não começou com a Dilma e sim com o Lula. A Dilma foi o poste abestado que o Lula usou para tentar limpar seu nome, hoje mais sujo do que pau de galinheiro.
         A Élégance: Não, a décadence. Presos, condenados, processados. Alguns soltos com a conivência de ministros do Supremo. Perderam feio nas urnas. Com a grande mídia toda a seu favor, com muito dinheiro do Fundão e do Petrolão, com os dois maiores institutos de pesquisa jogando junto, com uma porrada de casos suspeitos de fraude eleitoral em inúmeras urnas e o TSE mais surdo, mudo e cego do que os três macaquinhos. Foi uma lavagem de cerca de 67 ou mais por cento. No abafa da malandragem e roubalheira geral, que são a característica mais marcante da política brasileira nas últimas décadas, se convencionou que foi de 55,13% a vitória do é melhor JAIR se acostumando.
         E agora, PT? Voltem às ruas com o Lula Livre, É Gorpi, Resistência e o escambau. Cuidado com a tomatada e os ovos podres!


QUEER MUSEU, ORA MEU, VAI DAR O TEU

         Como no Eclesiastes e Shakespeare, não há nada de novo sob o sol. Portanto, o que temos aqui são novas nomenclaturas para as coisas há muito existentes. Assim é com toda essa parafernália linguística que a Esquerda e o Globalismo, de mãos dadas como dois gays ou duas lésbicas,  usam: LGBTQIO+, ideologia de gênero, QUEER MUSEU. No fundo tudo isso é apenas sinônimo da antiga e “boa” (para eles) sacanagem ou putaria, como queiram.
         O QUEER MUSEU nada mais é que exposições artísticas com uma temática específica e um objetivo ideológico definido. Não é a Arte pela Arte. Não. É uma arte panfletária cuja característica aponta para duas vertentes: sexo e religião. Com o sexo procuram alargar as fronteiras do socialmente permitido, catalogando-se aí várias formas de taras e perversões, entre as quais destacam-se: pedofilia, zoofilia e incesto. Na religião trata-se de profanar símbolos sagrados, objetos de culto, valores cristãos e morais conservados a século.
         Portanto o objetivo é um só: elimina-se as religiões e seus dogmas e tabus e enfraquece-se assim as bases (religiosas, filosóficas, morais) que são o sustentáculo da família tradicional, uma das forças responsáveis pela propriedade privada que a Esquerda e o Globalismo procuram destruir.
         Então é furada essa discussão se o apresentado pelo QUEER MUSEU é ou não Arte. É Arte sim. Arte panfletária, bom e mau gosto não habitam o universo da crítica de arte, gostem ou não, mas é uma arte tão panfletária como toda arte usada pelos sistemas totalitários, seja o nazismo alemão, o fascismo italiano ou o comunismo russo com seus derivados. Entre nós vicejou o integralismo do Dr. Plínio Salgado e o comunismo do Luís Carlos Prestes.
         Mas essas exposições do QUEER MUSEU devem estar sujeitas a normas legais vigentes nos países em que são mostradas, com censura classificatória de idade e, se algumas obras dessa arte pregam o incêndio de igrejas, os cristãos e religiosos atingidos podem também ter a liberdade de exigir e pregar o incêndio dessas exposições.  Senão, essa liberdade e democracia tão apregoadas por todos não passam de uma grande hipocrisia.
         Esse, pois, o objetivo político: a destruição da religião e da família.
         Interessa-lhes, pois, uma sociedade mundial composta absolutamente apenas por escravos na qual, claro, eles serão os únicos senhores e patrões.

ESCOLA SEM OU COM PARTIDOS

         Taí. É aqui que a porca torce o rabo. O que existe na verdade é o aparelhamento das escolas e universidades por professores militantes de partidos de esquerda, cujos expoentes são PT, PCdoB e PSOL.
         Nos perdemos numa discussão tosca e acirrada há vários anos, em vários locais escolares e casas legislativas, gastando o dinheiro dos nossos impostos com despesas de luz, água, transporte, funcionários, audiências públicas e qual o resultado prático até agora?
         Nenhum. Os professores militantes continuam militando dentro das salas de aula, fazendo a cabeça das nossas crianças e jovens. Não é que não se discuta e mostre a política para os alunos. Mas os professores têm que ensinar sobre as várias correntes e ideias, sobre capitalismo, sobre liberalismo, conservadorismo, nazismo, socialismo, fascismo, sem tomar nenhum partido, sem querer que os alunos sigam suas próprias convicções.
         Não precisa todo esse auê. É tão simples resolver isso.
         Basta o Presidente Bolsonaro demitir por justa causa os professores que agem como militantes porque eles estão infringindo artigos da grande lei, a Constituição. Todo mundo não fala em respeito à Constituição? Esquerda, Direita, Centro e Lados Oblíquos todos não são unânimes em defesa da Constituição?
         Então. Justa causa neles.


Do livro (inédito) PEDAÇOS DE ALBERTO CARONTE apresento-lhes o conto:

PEQUENO DICIONÁRIO DE MULHERES


Mulher-uva

         Isto foi um marco da infância. Poderia dizer a.J. e d.J. Antes de Janete e depois de Janete. Um grande divisor de águas. Um Moisés angelical com seu cajado rachando um rio em duas metades. Nada de rio Jordão. Rio Pucumã, um riozinho quase seco durante os grandes estios, mas caudaloso e invadindo as margens verdejantes nas grandes cheias de ótimos invernos.
         Janete era a filha mais nova de uma família numerosa e abastada que viera de Tianguá e fixara residência numa cidade chamada São Domingos, porque só o tempo é memorável e faz milagres. E sem precisar de nenhuma máquina do tempo, dessas encontráveis em lixo travestido de ficção científica, o tempo vem até aqui e coloca Janete, dez anos, diante de si, ó Caronte, com seus doze anos de idade. Janete, uma morena clara, os olhos castanhos e alegres e um sorriso que por certo fazia cócegas em seus lábios. Linda, linda, linda. 
         – Alberto, vamos menino, te veste, está na hora da missa – a voz da mãe era a mão da rotina carregando Caronte todos os domingos para a missa das nove. E ele ia. A infância toda seria assim e talvez toda sua vida, não fosse Janete.
         Moravam num casarão, Caronte, seu pai e sua mãe. E mais uma família. Um primo seu, casado e com filhos, a esposa dele era costureira, ótima profissional. E foi por isso que Janete entrou por aquela porta e na vida dele, Caronte.
Acabaram os dois, juntos, correndo no imenso quintal, cheio de laranjeiras, mangueiras, cajueiros, e ela, além de correr, pulou dentro do coração e do sangue do menino Caronte, com seus desejos sólidos e líquidos. Sólido, seu membro duro. Líquido, suas lágrimas verdadeiras.
         Janete chegou pela primeira vez para provar um vestido justamente num domingo quase às nove horas. Ela entrou e, com tal visão diante dos seus olhos, Caronte não teve dúvidas. Inventou uma doença, uma dor de cabeça ou de barriga qualquer, na qual sua mãe acreditou piamente tão perfeita foi sua representação da tal enfermidade, e lá se foi ela sozinha com seu missal negro e seu véu branco.
Ele ficou em casa tirando uma onda de doente, e curtindo momentos apaixonados em companhia daquela jovenzinha que viera alegrar esse e outros domingos mais que os cânticos religiosos das missas dominicais.

Mulher-jaca

Era sua adolescência. Na pequenina Pucumã, mais estreita em mentalidade que em coordenadas geográficas, Caronte estava se sentindo só e oprimido. Só, porque nesta idade os jovens não reconhecem os próprios pais, tanto vão se afastando um do outro o que foi e o que virá. Oprimido porque, por conta do seu mal comportamento e bebedeiras, não havia mais uma garota na cidade disposta a, com ele, flertar, namorar, ficar. Os pais jamais aprovariam e uma ou outra que tentava desobedecer a proibição paterna era sempre vítima de algum castigo familiar.
A vida seguia seu rumo, com seus acontecimentos rotineiros e suas, para Caronte, benditas exceções. Como aquela grande festa organizada pela juventude pucumãnense onde seria coroada a rainha do coco babaçu, acontecimento anual que punha toda a juventude em polvorosa. A alegria pairava no ar, pois só se viam jovens em grupo, rindo e falando muito, visitando o comércio local, vendendo convites, arrecadando donativos e prêmios que seriam distribuídos às primeiras colocadas no concurso de beleza local.
Sabedor de que das cidades vizinhas chegariam rapazes e moças atraídos por aquela festa que já era uma tradição esperada por todos durante onze meses, Caronte viu naquilo uma oportunidade para se dar bem. Arranjar alguma namoradinha, bonita de preferência, pois as feias que o perdoassem, mas como ele havia lido no poeta Vinicius de Moraes “beleza é fundamental”.
Chegou o sábado da festa que se completava no domingo, quando a turma de jovens, num caminhão fretado, se dirigia à vizinha cidade de Colinas para um refrescante banho no rio Itapecuru.
O diabo é que nosso jovem Caronte, alegre e ansioso, angustiado e aflito, esperançoso e sôfrego, começou a encher a cara de cerveja, cachaça, conhaque Frei Damião ainda cedo da tarde. À noite, na tão gloriosa e esperada festa, nem sabe como chegou, nem o que se passou, somente em alguns momentos o cara tinha sopros de lucidez e visualizava um acontecimento ou outro. Ouvia quando a orquestra atacava uma música ou outra.
Lembra de sentar à mesa com alguns amigos que insistiram para que ele fizesse uma boquinha. Frango assado, carne do sol, farofa, de tudo mordiscou um pouquinho, bebeu um refrigerante ali mesmo na boca da garrafa e em dado momento os vapores do álcool pareceram dissipar-se quase por completo. Justamente na hora que os músicos entraram com os acordes da música Poema do Adeus, sucesso do cantor Miltinho, e uma das suas preferidas, quando o álcool lhe fazia cócegas no cérebro e o amor ou a paixão beliscavam seu coração qual um pássaro faminto.
Caronte pediu licença aos amigos, levantou-se e atravessou o salão de festas num passo de zigue-zague e parou diante daquela garota que lhe pareceu um anjo de formosura caído dos céus, mas enviada do município de Tuntum para que não passasse em brancas nuvens e fosse motivo de gozação dos colegas no dia seguinte. A maioria estava dançando, rostinho colado, ou então parados ao lado de uma garota, mãos entrelaçadas, a paquera correndo solta.
Chegara a sua vez e ele saiu castigando o bolero e na certa os pés da garota, que ninguém sabe quantas vezes foram pisados, mas o flerte engatou e Caronte passou o resto da festa, ou de mãos dadas com a menina, ou dançando, abraçando, beijando, acariciando, tudo meio de leve que a moral ali não permitia certos avanços.
Domingo de manhã, mais morto que vivo de ressaca, Caronte saiu de casa se preparando para se juntar à turma e irem curtir um gostoso banho no Rio Itapecuru, na vizinha cidade de Colinas. Ia em companhia de um amigo e, ao se aproximarem da turma, perguntou ao amigo qual era a garota com quem tinha ficado na festa, pois nem de sua fisionomia se lembrava direito.
O amigo então lhe apontou uma morena baixinha, de pernas tortas, arqueadas mais que pernas de cowboys pelo costume da montaria. Caronte quis voltar diante daquela garota que para ele, tão exigente em termos de beleza feminina, aquela garota se assemelhava mais com uma aparição do inferno. E o pior é que viu a garota destacar-se do grupo e caminhar na direção dele e do seu amigo.
Rápido, falou para o amigo: “Vou simular um desmaio, jogar-me no chão e tu avisa pra ela que é um ataque de epilepsia e que vais ter que ir me deixar em casa”. E assim fez, jogou-se ao chão, todo trêmulo, baba escorrendo do canto da boca, revirando os olhos entre gemidos e saracoteios.
E assim terminou aquela promessa de passeio dominical em companhia dos amigos. Preferiu ficar ali mesmo no seu Pucumã, bebendo cerveja, a ter que pagar um mico, diante dos colegas, em companhia daquela garota que mais parecia uma jaca. (Continua na próxima semana)
Texto Final 
Raimundo Fontenele








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