27 de mai. de 2016

MARANHÃO - ARTISTAS USAM GOLPE COMO OCASIÃO



Por Natan Castro

É histórica a inercia da classe artística do Maranhão no que diz respeito a inépcia dos seus governantes no trato com as agendas da arte e da cultura. É público e notório a profícua capacidade do Estado em manifestar cultura em todo o seu território. A variedade rítmica deflagrada anos atrás é somente um dos vários traços desse genuíno talento de produzir arte, peculiaridade que vai de encontro a inúmeras adversidades que o estado passou no decorrer de sua história. A politica do Panis Et Circense que foi imortalizada pela família Sarney durante seus quase cinquenta anos a frente do governo do Estado, criou uma leva de artistas de “ocasião” agentes culturais forjados na ridícula dependência de benesses de governos que usaram e abusaram da pungente cultura do estado para servir a meros interesses eleitoreiros.

Nos dias atuais com o atual governo do jurista Flávio Dino, membro histórico da oposição contra os desmandos dos governos anteriores, infelizmente a situação da arte e cultura do estado continua a mesma. Com praticamente um ano e seis meses a frente do governo, Flavio Dino só demonstrou o quanto se assemelha aos antigos mandatários, já passaram pela pasta da cultura três secretários e todos se mostraram inaptos a continuar no mesmo. Recentemente uma verdadeira anomalia gestora foi acometida pelo governo no poder, quando aglutinou as pastas da cultura e do turismo, se não bastasse a ridícula junção, foi nomeado para assumir as duas secretárias um advogado recém-formado, sem nenhuma experiência com a gestão de nenhuma das pastas, nas entrevistas dadas pelo mesmo fica bastante visível seu profundo despreparo, inexiste em sua fala conhecimento sobre o assunto, algo que julgamos ser de suma importância haja vista a tradição cultural que o estado possui no Nordeste do país.

O estrago ainda se faz bem maior, quando essa mesma classe artística se auto-reproduziu com o passar dos anos. Na gestão atual vários desses possuem um discurso alinhado ao discurso produzido pela gestão desastrosa da cultura, haja vista, que diversos deles juntamente com alguns familiares estão alocados em cargos no âmbito das duas secretarias. Existe um axioma no fazer artístico que diz que antes de qualquer coisa arte é transgressão, e apartidária e sua real posição é de oposição e cobrança a qualquer poder estabelecido seja na esfera municipal, estadual ou federal. É dever de todo artista ter essas premissas como norte em suas carreiras artísticas. O artista alçado ao titulo de vidente por grandes nomes como o poeta francês Arthur Rimbaud, como tal se difere dos demais e por conta disso tem por obrigação esse policiamento dos atos políticos em relação ao bem estar geral da população de uma cidade, estado ou país. No Estado do Maranhão artistas de ocasião usam e abusam do espaço das redes sociais para falarem dos assuntos mais diversos, o que mais se sente falta nesses comentários é de um debate claro e objetivo sobre as demandas culturais que com o passar do tempo só aumenta a indigência cultural de um estado tão rico de cultura. O mais recente ato dessa classe de pseudos-artistas foi a ocupação do IPHAN no centro histórico da capital, como forma de protestar pela extinção do Ministério da Cultura (Que foi revogada pelo Presidente interino Michel Temer) e também contra o possível “golpe” que levou ao processo do impeachment da presidenta petista Dilma Roussef. Para a meia dúzia desses artistas não representa golpe a junção das secretárias de cultura e turismo do governo Flávio Dino, porém de igual proporção a transformação do ministério da cultura em secretaria de governo isso sim foi tido por eles como golpe. Finalizando o verdadeiro golpe na cultura do Estado do Maranhão é a falta de um verdadeiro senso artístico e cultural desses que se dizem agentes de cultura em nosso Estado.

3 comentários:

  1. Meu amigo, esses artistas daí em quase sua totalidade quando defendem a Arte e a Cultura, na verdade querem apenas uma Teta macia e cheinha "pra poder mamar deitado".

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  2. Larápios poeta, nada mais que isso, nosso total repúdio a esses vampiros, transvestidos de "artistas".

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