Mil
perdões. Acho que o nosso homem de setembro do blog LITERATURA LIMITE, escritor
Sotero dos Reis, não tem nada a ver com esta história. Ou tem? Vamos ver...
FRANCISCO SOTERO DOS REIS, o
homenageado do mês do nosso Blog www.literaturalimite.blogspot.com.br (não deixe
de acessá-lo) nasceu em São Luís do Maranhão a 22 de abril de 1800 vindo a
falecer nesta mesma cidade a 16 de janeiro de 1871, filho de Balthazar José soa
Reis e de Maria Tereza Cordeiro.
Suas credenciais não são poucas
quando se trata deste difícil e, às vezes, incompreendido universo das letras e
da literatura: foi e é (porque sua obra está aí para quem quiser nela buscar
prazer e conhecimento) jornalista, poeta, escritor, tradutor historiador
literário e filólogo. E emérito professor, o que o levou, pela natureza do que
professava com ardor e intransigência, a se constituir no autor da primeira gramática
de língua portuguesa.
Vejamos o que diz José Neres,
escritor e pesquisador maranhense, do nosso homenageado mensal Sotero dos Reis,
no seu Estudo de Literatura no Maranhão do Século XIX pelos Livros Didáticos de
Sotero dos Reis, baseando-se em escritos biográficos do também mestre Henriques
Leal e de outros bambas maranhenses do passado:
“Francisco
Sotero dos Reis (1800 – 1871) era um homem “de baixa estatura, seco de carnes,
de tez clara, pálpebras superiores demasiadas espessas” e, ao mesmo tempo, um
“grande educador, quer na cátedra do magistério, quer na tribuna jornalística”.
Além de haver sido “o primeiro professor público do Maranhão após a
independência”, foi também poeta, jornalista, político e gramático que teve seu
lugar de destaque não apenas como integrante do chamado Grupo Romântico
Maranhense, como também por influenciar diretamente com seus trabalhos de cunho
didático-pedagógico na formação educacional do Maranhão, sendo, além disso, “um
dos primeiros e um dos mais significativos representantes de nossa
historiografia e crítica literária durante o Romantismo”.
E
continua:
“Entre
os diversos trabalhos de Sotero dos Reis voltados para a educação formal estão
os cinco volumes de seu Curso de Literatura Portuguesa e Brasileira, volumosa
obra que “fecha historicamente o primeiro ciclo de histórias literárias no
Brasil, demonstra nitidamente esses condicionamentos historiográficos que
ajudaram para a variedade das histórias brasileiras daquela época” e que é
vista também como “pilar do ensino da língua portuguesa em São Luís”.
Esta é apenas uma das facetas do
grande maranhense Sotero dos Reis, muitas vezes esquecido por quem devia
reviver constantemente sua memória, revitalizar sua extensa bibliografia,
reeditando-a, levando-a ao conhecimento de estudantes dos Cursos Elementares e
Universitários.
Bem melhor fariam os órgãos de
educação e cultura do nosso Estado se tomassem tais providências, não só com
referência ao Sotero dos Reis mas a tantos outros maranhenses que enriqueceram, com sua literatura, suas letras, seus tratados e pesquisas nos diversos ramos do conhecimento
e saber humanos,a história da literatura maranhense e brasileira.
Mas o governo está ocupado em politizar
ideologicamente as escolas e universidades, ministrando conceitos de Educação
que nada têm a ver com a formação do ser humano na construção de valores éticos
e morais que o tornem uma peça chave no desenvolvimento da nossa civilização e
história tão enxovalhada com a velhacaria e politicagem que parecem tão
arraigadas ao solo maranhense, qual raiz apodrecida de um dente que precisa ser
extirpada sem o que haverá saúde. É o ensino de dogmas velhos e ultrapassados, chavões
dos movimentos libertários dos anos sessenta, válidos então, mas que agora
fazem parte da história e não podem conviver com os novos tempos e novas
realidades que estamos vivendo. O presente é o presente e não história.
Foi com esta determinação e com
estes valores que o professor Sotero dos Reis entregou-se de corpo e alma, em
todos os momentos de sua copiosa e transbordante vida intelectual,
criando, ensinando, educando, confiante que os seus sucessores seguissem-lhe os passos no rumo do
conhecimento e do saber.
Por enquanto, ficamos por aqui. Ao
longo mês, o nosso homenageado estará de volta; antes, porém, devemos uma
explicação:
LARGO DA FORCA VELHA, PRAÇA DA
ALEGRIA E SOTERO DOS REIS
Quem
diria que um dia a Praça da Alegria, um logradouro com nome tão festivo, teria
sido palco de tortura e enforcamento. Localizada na esquina entre as Ruas de
Santana e do Norte, tem, como diversos espaços urbanos de São Luís, nome
oficial consagrado a um importante ilustre cidadão maranhense, Sotero dos Reis,
nascido em 1800 e morto em 1871.
A
praça, que data do início do século XIX, recebeu em 15 de fevereiro de 1815 uma
forca construída a mando do então Ouvidor Geral do Crime, o desembargador José
Francisco Leal. Fato que concedeu à praça a alcunha de Largo da Forca Velha. Na
época, escravos negros que desobedeciam a seus donos eram torturados e mortos
no local. Em 1849, para mudar a história do espaço e retirar dela esse título
mórbido, o largo passa a se chamar Praça da Alegria. Apesar disso, uma placa
ainda indica o antigo nome no local até os dias de hoje, na casa de número 352,
esquina da Rua do Norte com a de Santana.
Mas,
ao longo de sua história, já recebeu outros nomes: Sotero dos Reis (1868),
Colombo (1890); 13 de Maio (1929), fazendo referência a abolição da escravatura
no Brasil, tendo em vista o triste passado da praça; Saturnino Bello (1951), em
homenagem ao ex-governador do Maranhão; e Coronel Manoel Inácio (1963). Mas até
hoje só é chamada de Praça da Alegria. Nome mais bonito não havia de ter. Ali
já funcionou feira livre e já teve um mercado. Hoje, o logradouro, um dos mais
arborizados da cidade, foi reformado (março/2015) pela Prefeitura.
Pesquisa
e texto final:
Raimundo
Fontenele



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