Em
homenagem a São Domingos do Maranhão que, nesta data, festeja seus 64 anos de
emancipação política e administrativa, pela suas conquistas, pela sua história
de lutas, desafios, idas e vindas, também me somo aos milhares de
são-dominguenses espalhados por pelos mais diversos rincões para desejar-lhe um
futuro tão glorioso quanto o seu passado e de tanto trabalho quanto o seu
presente.
Gostaria, ainda, de pedir a todos:
autoridades, igrejas, professores, estudantes, e sobretudo ao nosso povo que se
engaje numa luta em defesa do nosso Rio Pucumã, para que ele não morra, por
abandono, descaso, poluição, lixo, detritos,enfim, tudo o que sufoca e faz
morrer.
Ai
de ti, ai de mim, rio vazio
sem
os teus peixes, sem os meus amores
eis
que nos assaltam sempre novos temores
de
que possamos morrer antes do tempo.
Ai
de ti, ai de mim, neste silêncio
em
que ninguém nos olha e não contempla
as
maravilhas dentro da tua alma
e
essa tristeza em mim que não te acalma.
Indiferentes
pisam em nossas margens
que
outrora foram fabulosos pastos,
quase
nenhum sinal que ainda há vida agora
só
pó e pedra, espinhos, dias gastos.
Ai
de ti, ai de mim, rio vazio
que
me ensinaste a correr pra outros montes
deixando
aqui o meu seguro abrigo
pra
vegetar em pátrias de outras fontes.
Ai
de ti, ai de mim, nesta aflição
que
precede o ocaso, em que deixados fomos
para
morrermos da fria indiferença,
do
mesmo esquecimento e solidão
que
outros rios morreram, e que se foram
outros
homens às bíblicas paragens
onde,
talvez, o último suspiro seja o elo
que
nos unirá pra sempre a esta paisagem.
Raimundo Fontenele
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