24 de set. de 2016

AI DE TI, PUCUMÃ

Em homenagem a São Domingos do Maranhão que, nesta data, festeja seus 64 anos de emancipação política e administrativa, pela suas conquistas, pela sua história de lutas, desafios, idas e vindas, também me somo aos milhares de são-dominguenses espalhados por pelos mais diversos rincões para desejar-lhe um futuro tão glorioso quanto o seu passado e de tanto trabalho quanto o seu presente.
        Gostaria, ainda, de pedir a todos: autoridades, igrejas, professores, estudantes, e sobretudo ao nosso povo que se engaje numa luta em defesa do nosso Rio Pucumã, para que ele não morra, por abandono, descaso, poluição, lixo, detritos,enfim, tudo o que sufoca e faz morrer.
 
Rio Pucumã
Ai de ti, ai de mim, rio vazio
sem os teus peixes, sem os meus amores
eis que nos assaltam sempre novos temores
de que possamos morrer antes do tempo.

Ai de ti, ai de mim, neste silêncio
em que ninguém nos olha e não contempla
as maravilhas dentro da tua alma
e essa tristeza em mim que não te acalma.

Indiferentes pisam em nossas margens
que outrora foram fabulosos pastos,
quase nenhum sinal que ainda há vida agora
só pó e pedra, espinhos, dias gastos.

Ai de ti, ai de mim, rio vazio
que me ensinaste a correr pra outros montes
deixando aqui o meu seguro abrigo
pra vegetar em pátrias de outras fontes.

Ai de ti, ai de mim, nesta aflição
que precede o ocaso, em que deixados fomos
para morrermos da fria indiferença,
do mesmo esquecimento e solidão

que outros rios morreram, e que se foram
outros homens às bíblicas paragens
onde, talvez, o último suspiro seja o elo
que nos unirá pra sempre a esta paisagem.


Raimundo Fontenele



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