31 de jan. de 2017

VIVA O PANTHEON MARANHENSE

            Nos despedimos hoje do nosso homenageado do mês, o primeiro grande biógrafo das letras maranhenses, Antônio Henriques Leal, autor do Pantheon Maranhense, obra de fôlego e vultuosa enciclopédia literária, criando entre nós o mito da Atenas Brasileira. Se é verdadeiro que muitos dos que fizeram parte da sua coleção de cabeças coroadas da letras ludovicenses não faziam jus a esta distinção, e nisto estou de acordo, só o fato de figurar um Gonçalves Dias justifica toda a fama e profundo respeito que devemos ter por esta sua obra meritória.
Apanho aqui, como exemplo notório, o caso de Ló, um justificado bíblico. Pois em colóquio com Deus, o Senhor expressou a sua determinação de destruir aquelas cidades de Sodoma e Gomorra, pela depravação e devassidão que reinava nelas. E Ló argumentava em favor das cidades, e Deus disse que se existissem mil almas retas e tal não destruiria, mas Ló sabia que tal não acontecia e dizia e se só existirem cem, e Deus aquiescia, e se só existirem dez, tudo bem, e se só existir uma? Mas nem essa havia. E Deus resolveu destruir as cidades e mandou que Ló levasse sua mulher e suas duas filhas e fugisse da cidade sem olhar para trás. É a história que a mulher olhou desobedecendo e virou estátua de sal, petrificada (mas como gosta de desobedecer a mulher!, antes desobedecera, na história da maçã, rss). 
Pois é este um, Gonçalves Dias, que justifica o calhamaço escrito em 4 tomos, cada um deles com cerca de 370 a 430 páginas. Para a nossa época dos cento e quarenta caracteres de certa rede social, como canal de informação, comunicação, expressão e formulação de uma ideia e pensamento, a obra de Henriques Leal é um trabalho notável e digno de leitura e conhecimento. E havia João Lisboa, Odorico Mendes, e outros homens de valor, que não se pode negar ou apagar, que fazem parte deste trabalho memorável do escritor e professor Henriques Leal.

Aqui, algumas páginas da edição original desse seu trabalho. Não se pode riscar o passado com papo furado. Simplesmente dizendo: ah, aqueles caras não valiam nada. O Pantheon Maranhense é um blefe. A Atenas Brasileira é apenas um mito. Que bom que tenha virado mito, uma vez que, como sabemos, os mitos, para o bem ou para o mal, são sempre eternos. (RF)

Nota: pedimos desculpas pela qualidade técnica do abaixo publicado, mas a vida não é sempre limpa, linda, brilhante. Também tem suas manchas, borrões, e sujeira. 
















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