2 de jul. de 2017

POLITICAMENTE INCORRETOS


SONETO A TRÊS
Todo desejo a três é uma poética.
Uma língua de mel que a abelha sorve.
Um rapaz bem dotado é poesia,
Os três entre os lençóis, o esperma doce.
Um seio róseo, ó brancura da nádega!
De que são feitas tuas pernas longas?
Teus vermelhos lábios? Tua costa macia?
Pelos, esboços, vulva e axilas?
Os três são mais que três, menos que um.
Ela se deita, toda aberta, nua.
Um a boca bebe, o outro o ânus suga.
Aqui nós somos dois: Thanatos, Eros.
Em guerra sobre a cama digladiam-se
eles-nós; abertos, possuídos e chupados.

ODE A W. BLAKE

bom é viver o Céu e o Inferno
assim não me perco nem me salvo
nestas cidades com seus vestígios de vermes
cidade: pântano de serpentes
ancorado em alguma ilha
faísca verde, sentidos
o vômito, a fala
o Vento:
causador de domas na alma
primeiro eu e meus inimigos
Vencidos, toldo
“Abre-te, Paraíso!”
com o pênis exangue escrevo
sob a chama de maravilhosa lâmpada
por que o Bem? Por que o Mal?
Deus, uma escada que a gente salta
Deus, uma pestana do infinito
eu  sou apenas o olho que vê
e vê tudo

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