SONETO A TRÊS
Todo desejo a
três é uma poética.
Uma língua de mel
que a abelha sorve.
Um rapaz bem
dotado é poesia,
Os três entre os lençóis, o esperma doce.
Um seio róseo, ó
brancura da nádega!
De que são feitas
tuas pernas longas?
Teus vermelhos
lábios? Tua costa macia?
Pelos, esboços, vulva e axilas?
Os três são mais
que três, menos que um.
Ela se deita,
toda aberta, nua.
Um a boca bebe, o outro o ânus suga.
Aqui nós somos
dois: Thanatos, Eros.
Em guerra sobre a
cama digladiam-se
eles-nós;
abertos, possuídos e chupados.
ODE A W. BLAKE
bom é viver o Céu
e o Inferno
assim não me
perco nem me salvo
nestas cidades
com seus vestígios de vermes
cidade: pântano de serpentes
ancorado em
alguma ilha
faísca verde,
sentidos
o vômito, a fala
o Vento:
causador de domas na alma
primeiro eu e
meus inimigos
Vencidos, toldo
“Abre-te,
Paraíso!”
com o pênis
exangue escrevo
sob a chama de maravilhosa lâmpada
por que o Bem? Por
que o Mal?
Deus, uma escada
que a gente salta
Deus, uma pestana
do infinito
eu sou apenas o olho que vê
e vê tudo
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