15 de outubro, Dia
do Professor, é sempre uma data inesquecível para quase todos nós. Difícil
alguém que não lembre aquele seu ou sua mestre ou mestra, principalmente os da
infância. Tenho uma lista inumerável: Maria Luiza, Olga, Edelves, Eunice, Zé
Alberto, e os padres Manoel, Zé Maria, Othon, Bosco, Melo, estes últimos durante
a minha estadia no Seminário de Santo Antônio.
Assim, em edição
extraordinária, a coluna QUARTA É DIA DE RF (acesse o blog www.literaturalimite.com.br) abre
espaço para a colaboração do excelente poeta Viriato Gaspar que comparece aqui publicando
uma poesia dedicada a uma professora inesquecível, mas que serve também para
homenagear todas as mestras do mundo.
UMA CANÇÃO TRISTE PARA TIA HELLEY
(Em memória da professora Helley
Abreu Batista, de Janaúba - Minas Gerais,
que personificou e dignificou toda a
classe dos professores brasileiros)
Trago-te apenas lágrimas, singelas,
Pequenos corações de cinzas frias.
Uma vontade de não ver o dia
Despejar seu clarão pelas janelas.
Trago-te apenas duas mãos, vazias,
Queimadas pelo horror que nos carcome.
Mãos sujas dessa dor que nem tem nome,
Porque nos come a fome em que se ardia.
Te trago uma braçada de silêncios,
Coragem de lutar por entre as chamas,
Contra os fluidos do mundo e suas tramas
De loucura e de dor, de inferno e gana.
Te trago uma canção, pobre lembrança,
De um tempo tão feroz, de um mundo negro,
Capaz de arder seus ódios nas crianças
E sopitar venenos nos sossegos.
Não vim pra te acordar, trazendo flores,
Nem vim pra lamentar ires tão cedo.
Vim te trazer o mar do nosso medo
De nunca conseguir ser como foste.
Viriato Gaspar
15/10/2017
Trago-te apenas lágrimas, singelas,
Pequenos corações de cinzas frias.
Uma vontade de não ver o dia
Despejar seu clarão pelas janelas.
Trago-te apenas duas mãos, vazias,
Queimadas pelo horror que nos carcome.
Mãos sujas dessa dor que nem tem nome,
Porque nos come a fome em que se ardia.
Te trago uma braçada de silêncios,
Coragem de lutar por entre as chamas,
Contra os fluidos do mundo e suas tramas
De loucura e de dor, de inferno e gana.
Te trago uma canção, pobre lembrança,
De um tempo tão feroz, de um mundo negro,
Capaz de arder seus ódios nas crianças
E sopitar venenos nos sossegos.
Não vim pra te acordar, trazendo flores,
Nem vim pra lamentar ires tão cedo.
Vim te trazer o mar do nosso medo
De nunca conseguir ser como foste.
Viriato Gaspar
15/10/2017
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