18 de fev. de 2018

QUARTA FEIRA É DIA DE RF


                         
É o seguinte: nóis fumo mais vortemo  (ou seja, nós fomos mas voltamos)

"QUADRO COMPLETO DA NOITE”

         Imagino como deve se sentir o homem que pensa, neste início de século XXI. Um homem que viveu a vida inteira lendo, pensando, refletindo, descobrindo verdades, e intensamente buscando o conhecimento, ampliando seu horizonte mental até suas fronteiras mais largas... E encontrou algumas certezas. Fixou certos ideais dos quais acha que o homem não deve jamais afastar-se. E, de repente, esse homem, cuja única arma são suas idéias, convicções e certezas permanentes, tem que se defrontar com hordas de bárbaros de toda espécie: legião de seres que se dizem negros, ressentidos, revoltados, sedentos de vingança; outra legião é de gays, os efeminados, os bigodudos, os afetados, os porra-loucas, que não conseguem aceitar-se plenamente, que destilam ódio contra todos; mais adiante você se depara com uma matilha de lésbicas furiosas, de sovacos cabeludos, vaginas peludas, tatuando palavras de ordem pelo corpo, tipo “meu corpo, minhas regras”; aquela outra horda é de feministas radicais, aborteiras, psicóticas, castradoras, dispostas a irem até as raias do histerismo mais absurdo; rugindo e latindo, temos os grupos de militantes políticos sectários, hidrófobos, das mais diversas correntes ideológicas, mas cujo traço comum é a agressividade e a intolerância; e a chusma de políticos corruptos e ladrões; e, desgraçadamente, para a nossa e a própria infelicidade dela, a massa ignara, o chamado “povão”, faminto de tudo, analfabeto de pai e mãe, rebanho prestes a ser abatido, mas que, antes, empresta sua força e seu furor em defesa quase sempre dos canalhas e larápios que a ludibriam. Está completo o “Quadro Completo da Noite” (tomando emprestado este título de um poema do consagrado poeta maranhense Luís Augusto Cassas.

AS CINZAS DO CARNAVAL DE ONTEM

         A pergunta com que abro este textículo (ou testículo, uma vez que no nosso Carnaval tudo é permitido?) é: os imbecis merecem ser perdoados?
         A Rede Globo de Tele-infusão Mental toma a rédea dos acontecimentos. Se apropria dos eventos, se adona dos shows, das festas, dos acontecimentos públicos e privados, manobrando recursos públicos (nossos) e privados (seus?), teleguiando artistas, intelectuais, celebridades a quem paga menos com dinheiro e mais com a vaidade de terem suas imagens na tela platinada dessa Vênus fajuta que só engana os incautos e satisfaz os espertalhões da hora: Anittas, Jojos, Pablos Vittar, medíocres melodias e letras idiotas tão ao gosto de uma elite rica de dinheiro e tão pobre de educação e cultura, aos quais se junta parte de uma classe média também medíocre, os tais formadores de opinião que arrastam a multidão, a plebe rude que anseia participar deste banquete carnavalesco e medonho, por tudo o que mais abjeto nos apresenta.
         Desde a Escola de Samba Campeã, cujo enredo brada contra a corrupção e que tem como patrono o senhor Abraão (não o bíblico, o outro), trapaceiro e bicheiro e que várias vezes freqüentou o xilindró, com diversos processos sumidos nas malhas dessa justiça cega, coxa, surda, de uma cidade tão maravilhosa que misturou tudo democraticamente: traficantes e políticos, policiais e milicianos, juízes e ladrões, proxenetas, alcaguetes,  deputados, vereadores, corpo insano em mente mais ainda. Até aquela outra Escola, que se diz campeã moral, a Tuiuti, aparelhada pela esquerda, que destratou uma multidão de milhões de cidadãos brasileiros, honestos, estes sim, e trabalhadores, que produzem riquezas e geram empregos, e que saíram às ruas de livre e espontânea vontade, tomados de uma ira santa, bradando contra os ladrões petistas e seus asseclas encastelados nos demais partidos (PDT, PMDB, PTB, PP, PSDB, PSOL, REDE, partidos do diabo a quatro) e impedindo que a porra louca da Dilma, em obediência ao maior vendilhão do templo da história deste país, o LULADRÃO, o capo mor, o rei das inverdades, o mito às avessas, o sapo barbudo, o coisa feia, levasse o Brasil nessa jornada dos infernos bolivarianos em que se meteu a Venezuela, a Bolívia e quejandos.


INTERVENÇÃO CARIOCA À MODA DA CASA
        
         Se não tomarmos consciência de que somos um tanto e quanto desonestos jamais poderemos atingir a honestidade. Não foi só o Rio de Janeiro, a cantada e decantada em verso e prosa, porrada e bomba, arrastão e tráfico, contravenção e bicho, corrupção e política, bandidagem e milícia, cidade maravilhosa, que mergulhou nesse pântano nebuloso ceifador de vidas honestas e inocentes. Uma parte do Brasil e, infelizmente, a maior parte também submergiu nesse oceano escuro, nesse lamaçal de violência e brutalidade, de permissividade caótica e deseducação da nossa juventude, da alta cultura transformada em lixo cultural, nas universidades transformadas em pocilgas, onde chafurdam porcos escudados de mentiras ideológicas, de professores medíocres inoculados com o vírus da militância rasteira, as pontes e viadutos desabam, os hospitais com seus corredores-sarjetas e a vida humana, a verdadeira , muitas vezes entregue à desilusão e à descrença.
         E no meio disso tudo, um decreto presidencial se julga salvador de tudo.  Há os que louvam e os que contestam. Isso não importa. O que eu gostaria de saber é o que existe na coxia desse teatro do absurdo, e o que temo descobrir é que se abrirmos as cortinas repentinamente constataremos que o rei, como na fábula, continua nu.
                       
Raimundo Fontenele
Escritor maranhense

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