É o seguinte: nóis fumo mais
vortemo (ou seja, nós fomos mas
voltamos)
"QUADRO COMPLETO DA NOITE”
Imagino como deve se sentir
o homem que pensa, neste início de século XXI. Um homem que viveu a vida
inteira lendo, pensando, refletindo, descobrindo verdades, e intensamente
buscando o conhecimento, ampliando seu horizonte mental até suas fronteiras mais
largas... E encontrou algumas certezas. Fixou certos ideais dos quais acha que
o homem não deve jamais afastar-se. E, de repente, esse homem, cuja única arma
são suas idéias, convicções e certezas permanentes, tem que se defrontar com
hordas de bárbaros de toda espécie: legião de seres que se dizem negros,
ressentidos, revoltados, sedentos de vingança; outra legião é de gays, os
efeminados, os bigodudos, os afetados, os porra-loucas, que não conseguem
aceitar-se plenamente, que destilam ódio contra todos; mais adiante você se
depara com uma matilha de lésbicas furiosas, de sovacos cabeludos, vaginas
peludas, tatuando palavras de ordem pelo corpo, tipo “meu corpo, minhas regras”;
aquela outra horda é de feministas radicais, aborteiras, psicóticas,
castradoras, dispostas a irem até as raias do histerismo mais absurdo; rugindo
e latindo, temos os grupos de militantes políticos sectários, hidrófobos, das
mais diversas correntes ideológicas, mas cujo traço comum é a agressividade e a
intolerância; e a chusma de políticos corruptos e ladrões; e, desgraçadamente,
para a nossa e a própria infelicidade dela, a massa ignara, o chamado “povão”,
faminto de tudo, analfabeto de pai e mãe, rebanho prestes a ser abatido, mas
que, antes, empresta sua força e seu furor em defesa quase sempre dos canalhas
e larápios que a ludibriam. Está completo o “Quadro Completo da Noite” (tomando
emprestado este título de um poema do consagrado poeta maranhense Luís Augusto
Cassas.
AS
CINZAS DO CARNAVAL DE ONTEM
A pergunta com que abro este textículo
(ou testículo, uma vez que no nosso Carnaval tudo é permitido?) é: os imbecis
merecem ser perdoados?
A Rede Globo de Tele-infusão Mental
toma a rédea dos acontecimentos. Se apropria dos eventos, se adona dos shows,
das festas, dos acontecimentos públicos e privados, manobrando recursos
públicos (nossos) e privados (seus?), teleguiando artistas, intelectuais,
celebridades a quem paga menos com dinheiro e mais com a vaidade de terem suas
imagens na tela platinada dessa Vênus fajuta que só engana os incautos e
satisfaz os espertalhões da hora: Anittas, Jojos, Pablos Vittar, medíocres
melodias e letras idiotas tão ao gosto de uma elite rica de dinheiro e tão
pobre de educação e cultura, aos quais se junta parte de uma classe média
também medíocre, os tais formadores de opinião que arrastam a multidão, a plebe
rude que anseia participar deste banquete carnavalesco e medonho, por tudo o
que mais abjeto nos apresenta.
Desde a Escola de Samba Campeã, cujo
enredo brada contra a corrupção e que tem como patrono o senhor Abraão (não o
bíblico, o outro), trapaceiro e bicheiro e que várias vezes freqüentou o
xilindró, com diversos processos sumidos nas malhas dessa justiça cega, coxa,
surda, de uma cidade tão maravilhosa que misturou tudo democraticamente: traficantes
e políticos, policiais e milicianos, juízes e ladrões, proxenetas,
alcaguetes, deputados, vereadores, corpo
insano em mente mais ainda. Até aquela outra Escola, que se diz campeã moral, a
Tuiuti, aparelhada pela esquerda, que destratou uma multidão de milhões de
cidadãos brasileiros, honestos, estes sim, e trabalhadores, que produzem
riquezas e geram empregos, e que saíram às ruas de livre e espontânea vontade,
tomados de uma ira santa, bradando contra os ladrões petistas e seus asseclas
encastelados nos demais partidos (PDT, PMDB, PTB, PP, PSDB, PSOL, REDE,
partidos do diabo a quatro) e impedindo que a porra louca da Dilma, em
obediência ao maior vendilhão do templo da história deste país, o LULADRÃO, o
capo mor, o rei das inverdades, o mito às avessas, o sapo barbudo, o coisa
feia, levasse o Brasil nessa jornada dos infernos bolivarianos em que se meteu
a Venezuela, a Bolívia e quejandos.
INTERVENÇÃO
CARIOCA À MODA DA CASA
Se
não tomarmos consciência de que somos um tanto e quanto desonestos jamais
poderemos atingir a honestidade. Não foi só o Rio de Janeiro, a cantada e
decantada em verso e prosa, porrada e bomba, arrastão e tráfico, contravenção e
bicho, corrupção e política, bandidagem e milícia, cidade maravilhosa, que
mergulhou nesse pântano nebuloso ceifador de vidas honestas e inocentes. Uma
parte do Brasil e, infelizmente, a maior parte também submergiu nesse oceano
escuro, nesse lamaçal de violência e brutalidade, de permissividade caótica e
deseducação da nossa juventude, da alta cultura transformada em lixo cultural,
nas universidades transformadas em pocilgas, onde chafurdam porcos escudados de
mentiras ideológicas, de professores medíocres inoculados com o vírus da
militância rasteira, as pontes e viadutos desabam, os hospitais com seus
corredores-sarjetas e a vida humana, a verdadeira , muitas vezes entregue à
desilusão e à descrença.
E
no meio disso tudo, um decreto presidencial se julga salvador de tudo. Há os que louvam e os que contestam. Isso não
importa. O que eu gostaria de saber é o que existe na coxia desse teatro do
absurdo, e o que temo descobrir é que se abrirmos as cortinas repentinamente
constataremos que o rei, como na fábula, continua nu.
Raimundo Fontenele
Escritor maranhense
Nenhum comentário:
Postar um comentário