Desgraça
pouca é bobagem para quem, em plenos anos sessenta, era parte da juventude
que com a mão direita fazia gestos de “paz e amor”, empunhava flores, e com o
coração a mil cantava a chegada da Era de Aquarius. Naquele sonho, depois
transformado em uma mistura de pesadelo com delirius tremens, parecia que o paraíso
era logo ali, bastava dobrar a próxima esquina: da Quinta Avenida, da Rua do
Passeio, da Praça do Ferreira, da Rua de Colinas, qualquer esquina, enfim.
Mas
o que a gente viu chegar foi a década de setenta com as Brigadas Vermelhas, o
grupo Baader-Meinhof, Os Montoneros, Tupamaros, VAR-Palmares, semeando as
guerrilhas urbanas e rurais, e a brutal repressão policial que se seguiu.
Nos
oitenta o rock virou pop, que nada mais é que o rock`n`roll com muito açúcar e
pitadas de chantily, um negócio meio intragável para cérebros pensantes, mais parecido com uma legião de duplas e cantores sertanejos, sejam
universitários ou analfas como a maioria.
Nos
noventa em boca fechada não entra mosca.
Anos
dois mil: ”companheiros, a luta continua”.
Dois
mil e dezesseis: crackeiros tomaram conta das ruas, praças, avenidas, viadutos e universidades públicas das principais metrópoles, mundo afora.
Era
de Aquarius? Segura, que lá vem porrada por aí!...
Raimundo
Fontenele
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