A
coluna QUARTA FEIRA É DIA DE RF do blog LITERATURA LIMITE (www.literaturalimite.com.br)
homenageia hoje a mulher, de uma forma diferente das loas, salamaleques,
elogios gratuitos, endeusamentos hipócritas que geralmente são feitos. Até
porquer homem e mulher são seres humanos, iguais em alguns aspectos e com suas
dessemelhanças genéticas e comportamentais. Moralmente, porém, se equivalem.
Na verdade, ao contrário de outros
momentos históricos, o movimento feminista hoje é usado por grupos e partidos
políticos, defendem até interesses escusos, em nome de um tal empoderamento
(palavra inexistente e horrível) da mulher. Feminismo, gaysismo, negritude,
minorias, tudo isso é papo furado, são as novas bandeiras do new-comunismo que
estão c... e andando para a classe trabalhadora. Não fosse assim, esses grupos
que se adonaram do poder no Brasil a partir de FHC, Lula e Dilma, não teriam roubado
tanto, afundado tanto este país na lama mais fétida, a da corrupção
generalizada.
E, mais uma vez, a mulher e outros segmentos
humanos, como homossexuais, negros, índios, se deixam levar por algumas castas
intelectualizadas, artistas, professores e estudantes universitários, que
conseguem formular teses e conceitos que os babacas abraçam, engolem e repetem como papagaios.
Esquecem que a vida é um sempre
fluxo e refluxo. E que por isso o
projeto globalista está fadado ao fracasso. A onda e os ventos agora se
movimentam no sentido contrário do desejo desses párias. A família, mesmo com
as mudanças inevitáveis da evolução, continuará firme. Muitos jovens não se
deixaram destruir pelo poder das drogas. E nem todo gay ou lésbica sairá
mostrando bundas e peitos nos espaços públicos, além de picharem a cidade,
privando-a daquela pouca beleza que ainda lhe resta.
E mais uma coisinha: esses jovens
zumbis universitários e seus domadores, que pregam contra o capitalismo, as
leis do mercado, as empresas, se fazem de tontos, como se não soubessem que
tudo isso que os carrega e o que carregam, aviões, carros, lanchas, tablets,
relógios, smarts, tênis e roupas grifadas, canetas, mochilas, notboocks, e todo
o resto, inclusive o papel higiênico que limpa os vossos revolucionários
traseiros, são produtos de empresas, ó abestados.
A
minha homenagem à mulher é feita com poemas de amor, muita ternura e muito
carinho.
POEMA
DOO AMOR EM DESCAMINHO
1
há nas madeixas dos cabelos lindos
o mesmo gozo de peixes
novamente dentro dos olhos
tens aves rebrilhando
poucas gaivotas
fixas
me
fitando
há no sorriso a face das paisagens
teus lábios trazem rios águas mares
a
tua voz pungente fere a alva
2
teu
rosto é como o rosto das planícies
3
tomar-te as mãos planuras sobre a terra
neste verde de ser que respiramos
úmidos de amor
que
coisa respiramos?
4
atravessar-te lentamente
qual navio singrando as águas
e
penetrando mares não sonhados
5
reter-te o pulso grave
(grávido
de fogo)
quando silenciosa e nua
tiveres
no olhar bronzes talhados
6
nadador em céus de sangue
piloto de aviões tragados
marinheiro
de sombras naufragáveis
7
quem sentirá
no vago coração
folhas de duras lâminas
cortando
cortando
cortando?
ANDAR
SEM ELA
pelos desertos
pelas marés
pela
correnteza
na
prisão
drogado
embestecido
nos gumes
nas horas mortas
nas
chaminés
pela Vila Trevo
pelo Ipiranga
nem
sei mais por onde
com meus alfarrábios
com meus arrepios
por andar sem ela
POEMA
DO AMOR TRUCIDADO
estou no limiar da loucura
no
fim da linha sem haver partido
estou no fim, gravando em pedra dura
meu
interior achado
nem Deus nem o Diabo querem saber de mim
nem
amo nem sou amado
virá um dia o verdadeiro amor
envelope lacrado
tu e, entre tuas pernas, eu
tonto
de línguas
e
o dedo de Deus somando tudo
LIVRE
PARA VOAR
isto é o Bem, isto é o Mal
sofrê é um pássaro de canto sempre alegre
ai,
fonte de desespero a que me entrego
ninguém
no meu coração, aqui
deixa que eu me vá
roendo as cordas do trapézio em pleno voo
amar de novo para morrer de novo
DORALICE
Doralice, por teu amor
saí às ruas catando baganas de cigarro
droguei-me de todas as maneiras
doçura
nenhuma familiar eu tive
Doralice, por teu amor
até o latrocínio cometi
exposto à morte de todas as terças
num
catre de prisão sem nenhum sol por perto
por teu amor
por teu amor
por
teu amor
agora que nem dourar a pílula posso
nem ser ousado
sem
ser chicoteado em praça pública
voltas ou não voltas?
eis
a questão
ELIENE
Como ela brincou de
estraga-prazeres
colada a mim, num breve
instante.
Desperto,
erguido,
tão vencido, que
sorrisos não encobriam
o mal que nos causei.
Et por cause.
POEMA
DOIS DE SEIS
Aquela rosa vermelha
cintilando no jardim,
abre
meu coração e os livros.
E os olhos. Os mesmos
olhos de 1948.
Teu amor é a razão da
minha existência...”
Não se diz mais isso.
Não
se ama mais nada.
Parece que aquela rosa,
tão bela!,
está fadada a fenecer
sufocada por espinhos.
POEMA DO AMOR ETERNO
Espera passarem os
dramas,
as tragédias, a
ventania;
espera cantarem a fada
má,
a ave agourenta e a
cotovia.
Espera que os cegos
vejam,
os coxos andem, e
anoiteça;
espera, depois da
fúria de trovões
e raios, que
amanheça.
Espera o sal salgar de novo a terra
espera dia e
noite e chama só por ela.
Esperei tanto por
esse amor sem nome,
como
o faminto espera o pão que mata a fome.
Ó
luz divina, imenso amor que tanto quero,
por
ti, mais de um século esperei, e ainda espero.
Raimundo Fontenele / Poeta
maranhense
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